Esses dias eu estava almoçando no RU (Restaurante Universitário, sim, agora estou na universidade), e me deparei com uma amiga, então, conversando, ela mensurou que acabara de ser demitida. Perguntei o motivo e ela confidenciou que foi por causa de seu cabelo curto e o piercing no nariz. Fiquei muito chocada, afinal, para mim, isso é totalmente irrelevante quando se trata de competência, o que ela tem bastante. Isso me fez pensar em como nós somos levados pela imagem que passamos e como isso atrapalha em tudo. Ultimamente, os debates que temos feito na sala de aula com praticamente todos os professores, é como a imagem nos afeta. Tudo é imagem. Um texto é imagem. Acreditamos mais na imagem do que outra coisa.Até aí eu concordo, mas então me pergunto:
"Se tudo o que vemos é imagem, não levamos em conta as outras coisas, como, entender o que nos é dito em uma foto, o momento da foto, como a pessoa se sente ao usar tal roupa, ler o texto ao lado de uma foto no jornal; entre outras coisas?"
Por que se um cliente, que não sabe como é o trabalho da minha amiga, reclama que ela tem cabelo curto e piercing no nariz, a empresa vai e demite-a por esse motivo, mesmo ela sendo muito boa no que faz, eu me pergunto, onde fica a liberdade de expressão, o direito individual de cada um? Não posso cortar meu cabelo por conta de uma sociedade antiquada, morando em uma cidade que nunca diminui de 30 °C porque não vou arrumar emprego? Não posso colocar um piercing no nariz porque vou parecer uma pessoa descompromissada? Esse é um paradigma muito complexo de combater, mas quem sabe algum dia, com nossos novos jovens que hoje ainda são crianças, qualquer pessoa que esteja disposta a trabalhar possa exercer sua profissão sendo julgada não pela aparência, mas sim por sua competência como profissional.Aguardo ansiosamente por esse dia.
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